Céu limpo mas com nuvens

Ontem tive a ver na TVI, televisão com propensão para o drama e para a tragédia, uma reportagem sobre penhoras. É evidente que aqueles que se comprometem e não pagam têm de ser penalizados de alguma forma, no entanto, não deixa de ser triste ver levar os poucos bens que possuímos porque nos aventuramos num negócio falhado. Nos últimos anos as pessoas deixaram de pedir créditos para bens essenciais como o são pagar uma casa ou um carro e começaram a pedir dinheiro por tudo e por nada. Não vou mentir! Causam-me muita confusão aqueles que requisitam créditos para viajar ou adquirir bens supérfluos. Será que não percebem que a vida não está para essas coisas?? Neste sentido, as penhoras podem causar pena mas são muitas vezes legitimas e fruto da falta de organização e da capacidade de definir prioridades. Sei bem que custa à maioria das pessoas levar aquela vidinha que se resume a trabalho-casa mas é essas pessoas que o Estado pretende criar tirando cada vez mais a possibilidade de ir ao cinema ou jantar fora. Resta-nos tão só a adaptação. Caso contrário entraremos no rol já muito elevado daqueles que pedem créditos para pagar créditos e em vez de dois buracos pequeninos ficam afundados num buraco bem grande.