Céu limpo mas com nuvens
Deambulações intelectuais sobre isto e aquilo...
A idade da solidão

Ontem, mais uma vez a assistir ao penoso telejornal da TVI, senti-me impotente e indignada perante a forma como são tratados os idosos no nosso país. Na verdade, não me espanta pois a falta de valores da nova geração revela que esta nada aprendeu com os mais velhos, a quem não respeita nem valoriza. Naquelas culturas que ousamos chamar de “incivilizadas” os anciãos são respeitados e ouvidos pelo seu saber e experiência. Aqui, na nossa augusta civilização, não só não escutamos os mais velhos como os relegamos para um lugar em que não possam ser ouvidos por ninguém. É triste, muito triste, que aqueles que trabalharam uma vida inteira e ajudaram a criar outros hoje se encontrem no limiar da miséria não só económica mas sobretudo psicológica. A saúde não é tão duradoura como o corpo mas aqueles que se encontram na força da idade não pensam assim. Os jovens não olham para os seus avós e pensam que eles foram homens e mulheres também jovens que trabalharam para que eles pudessem ter um futuro. E é assim, há uma idade para ser feliz e outra para morrer entregue à mais profunda das solidões. Isto nos países extremamente evoluídos comos Portugal.