Céu limpo mas com nuvens
Deambulações intelectuais sobre isto e aquilo...
AMY WINEHOUSE
A Somália atravessa uma das maiores secas da sua existência enquanto país, em Oslo dezenas de pessoas foram chacinadas devido à loucura de uma só, mas nas redes sociais e na Internet em geral só se fala da morte de Amy Winehouse. Quer queiramos ou não, achemos justo, moral, ético ou não, a morte de uma figura pública continua a ter uma projecção diferente daquela que é dada ao fim da existência de qualquer anónimo. Tanto mais quando essa figura pública é uma jovem estrela decadente. Confesso-me fã de Amy Winehouse, tal como o sou de Kurt Cobain e Jim Morrison, mas continuo a lidar mal com a diferenciação que fazem entre as pessoas, ainda mais quando essa diferenciação se estende ao comum fim de todos que é a Morte. Contudo, o facto de alguém famoso morrer aos 27 anos após uma existência marcada por excessos faz desse alguém um verdadeiro mito. Mito esse que vai sendo alimentado de geração em geração e dá azo às mais diversas homenagens póstumas. Pergunto-me, no entanto, onde estavam alguns daqueles que lucrarão agora com a morte de Winehouse quando ela precisou deles em vida? É claro que estavam bem longe! É óbvio que a degradação de Amy foi algo empolado por aqueles que perceberam que ela também seria rentável enquanto imagem de uma camada jovem que ligada igualmente a drogas e álcool não se revê na sociedade nem na realidade que os rodeia. Isto é, a própria deterioração das estrelas é usada como marketing tornando as mesmas uma máquina de fazer dinheiro vivas ou mortas. Enfim, sem mais palavras termino com o corriqueiro REST IN PEACE Amy.