Céu limpo mas com nuvens

Durante as minhas pequenas sessões televisivas uma figura que quase sempre surge no ecrã é Aníbal Cavaco Silva. Sempre aprumado e com ar sóbrio como deve ser um Chefe de Estado. No entanto, causam-me sempre uma ligeira confusão as suas palavras. É que num dia o Presidente da República diz que a situação de Portugal é muito difícil e explosiva e no outro dia diz que a situação portuguesa não é uma fatalidade. Pergunto-me então em que é que ficamos Sr. Presidente? Bem sei que a conjuntura de um país não é estável mas também não muda do pé para a mão. Ás vezes, parece-me que o Sr. Presidente está, como a populaça diz, a “dar uma no cravo outra na ferradura” e com isso vai alimentando a já quase gasta esperança tuga. Enfim, não o condeno mas também não o aplaudo. Preferia que o Chefe do meu Estado deixasse de jogar ao faz de conta e assumisse um rumo específico no seu discurso. Porque o maior cego é aquele que não quer ver mas o Zé Povinho já vai abrindo os olhos.