Céu limpo mas com nuvens
Deambulações intelectuais sobre isto e aquilo...
O fracasso relativo

Ontem o excelso Ministro das Finanças, Vítor Gaspar, por alguns já apelidado de Vitinho dos Punhos Brancos ou Gasparzinho das Massas, disse que “o fracasso não é opção” e que seria uma irresponsabilidade não continuar a seguir os planos que a Troika traçou para a Pátria Tuga. Pergunto-me, no entanto, se não é um fracasso deixar que o desemprego atinja os 13%? Pergunto ainda se não é um fracasso lançar para 2013 a possibilidade da economia portuguesa voltar a crescer espontaneamente? Parece-me que o conceito de fracasso que Vítor Gaspar tem é diferente daquele que pauta já a nossa realidade. Na verdade, Portugal já fracassou e vai fracassando a vários níveis e muito desse fracasso pode ser atribuído à falta da tal responsabilidade, agora aclamada, por parte dos gestores políticos. Digamos que o Estado se continua a “limpar” das suas burricadas e como sempre usa como “papel higiénico” o Zé Povinho. Afinal, fracassado por fracassado o que importa mais um fracasso? É preciso é ir jogando com a ilusão do povo e brincando com a relatividade das palavras.
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2 comentários
De energia-a-mais a 26.07.2011 às 23:29
beijos
De M. Rodrigues a 26.07.2011 às 23:33
É sempre muito confortável a atribuições de culpas por problemas que são consequências sucessivas de outros. Para alguns, o anterior governo foi bom enquanto durou... Quando se acaba o que nos satisfaz a maior parte das vezes dizeos sempre mal... Sofremos sempre quando algo acaba e a maior parte das vezes a culpa nunca é nossa. É como nos namoros e nos casamentos, a culpa é quase sempre do namorado(a) ou do marido/esposa...
É sempre mais fácil destruir, mais difícil é reconstruir o que outros destruiram, por bem ou por mal... Criticar é uma forma de estar muito cómoda...
Como nos sentiríamos se, ao entrarmos num novo local de trabalho, e antes de iniciarmos qualquer tarefa, sentirmos que somos logo criticados pela forma como nos sentámos à secretária ou como apresentámos o primeiro relatório ao chefe, antes de tomarmos conhecimento das tarefas que nos destinaram e das quais ainda mal conhecemos os contornos?
Saudações bloguistas