Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]


A pílula devia ser GRÁTIS

Sexta-feira, 09.09.11

No seu percurso galopante a caminho do Terceiro Mundo, Portugal deixou de ter pílulas e vacinas comparticipadas. Mais uma forma de poupar diz o Governo, mais uma forma de aumentar o aborto e as crianças negligenciadas, digo eu. Sinceramente, mais uma vez só tenho uma palavra para descrever esta decisão: VERGONHA. Existem áreas em que não se pode cortar mais porque já estão mal o suficiente, e uma dessas áreas é a saúde. A saúde em Portugal rasa o caos e, tristemente, chegará velozmente até ele. Tornar inacessível algo tão necessário para a saúde feminina como é a pílula é inexplicável. A pílula devia ser GRÁTIS! Alguns falam no aumento da natalidade mas a natalidade deve ser uma coisa pensada pois ninguém pede para nascer e não deve nascer simplesmente porque não havia dinheiro para o contraceptivo. Como qualquer um pode observar são as famílias mais pobres que têm um maior número de crianças. Isto parece um paradoxo mas não é, é sim o simples resultado da falta de informação acerca dos meios anticoncepcionais e da incapacidade económica para os adquirir. Ora, não precisa ter mais de dois palminhos de testa para perceber que o encarecimento da pílula só contribuirá para uma natalidade descuidada e para uma maior negligência à criança que não pediu para nascer mas é uma consequência de toda a conjuntura negativa que a precede. Senhores governantes, eu até concordo com o aumento do IVA nos bilhetes de futebol ou do cinema, no entanto, deixar de comparticipar a pílula é algo que mexe demasiado com a intimidade das pessoas. Enfim, mais um erro no rol de muitos.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Lígia Laginha às 11:28

A moda das auditorias

Terça-feira, 06.09.11

Estou cansada de tanta auditoria. É auditorias a isto, auditorias àquilo e et cetera, et cetera. Pergunto: Quem paga tanta auditoria?? Não seria mais vantajoso e menos dispendioso se se tomassem medidas para evitar as falcatruas? É que ir investigar essas falcatruas depois de elas estarem mais que feitas só acarreta despesa e não traz lucro nenhum. Quantas já não foram as auditorias que não chegaram a qualquer conclusão?? E quantas auditorias não descobriram buracos astronómicos mas no fim ninguém foi acusado nem teve de tapar o tal buraco? Cá para mim, isto das auditorias e das estatísticas a tudo e mais a alguma coisa é moda. Deixemo-nos de ilusões! Aqueles que sacaram dinheiros aqui e ali de forma menos própria estão agora a gozar a vida à custa do mesmo dinheiro. Quanto às auditorias, essas só são mais uma forma de espectáculo para inglês ver… Espectáculo esse que o Zé Povinho é que tem de bancar (só para não variar). 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Lígia Laginha às 11:40

A desgraça da docência

Quarta-feira, 24.08.11

 

 

Ser professor já não é aquilo que era! Lembro-me que nos meus tempos de estudante, que não são tão longínquos quanto isso, e refiro-me ao Ensino Básico e Secundário, havia ainda um certo respeito e uma certa reverência pelos professores. É certo, que essa reverência em nada já se comparava com a que existia no tempo dos meus pais, no entanto, muito embora alguns actuassem de forma leviana, na generalidade ainda estava bem presente nas nossas cabeças que o professor era a autoridade. Outrora, a vida de professor revelava já ser algo um tanto ou quanto instável, isto é, a colocação podia ser em cus de judas ou até não existir e ficar efectivo numa escola nunca foi fácil. Ainda assim, os professores, na sua maioria, sentiam-se preenchidos, satisfeitos com a sua profissão pois formavam os discentes e recebiam dos mesmos veneração. Era esse respeito que lhes dava a sensação de que qualquer sacrifício valia a pena. Nos dias que correm, e perante os últimos noticiários, o desemprego grassa entre a classe docente e aqueles que conseguem leccionar vêem-se a braços com o mais completo desinteresse. Se dantes já não era pêra doce ser professor a não sei quantos quilómetros de casa, hoje o esforço que os professores fazem para ensinar em nada é recompensado. E não é recompensado por vários motivos: a falta de interesse dos alunos, as agressões verbais e físicas de que muitas vezes são alvo, um processo de avaliação que não é justo e ridiculariza a sua acção enquanto docentes, et cetera, et cetera. Por tudo isto caminhamos para aquele abismo em que se tornam todos os contextos em que as pessoas não têm formação académica e muito menos cívica. A verdade é que não se fazem omeletas sem ovos e em Portugal muitos são aqueles que já não querem ensinar mesmo que alguns ainda queiram aprender. 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Lígia Laginha às 11:52

Uma casa pouco pia

Terça-feira, 23.08.11

 

 

A Casa Pia, ou melhor, a sua direcção, diz ter ficado muito magoada com o processo que envolveu a instituição e que durou dez anos. Agora eu pergunto-me: E as crianças a quem foram perpetrados os abusos? Será que a sua mágoa é menor? Estas declarações da excelsa directora Maria Cristina Fangueiro só demonstram mais uma vez que o que a instituição Casa Pia pretendia é que os abusos constantes cometidos sobre os jovens continuassem no obscurantismo. A minha mágoa, enquanto cidadã e pessoa a quem repugna sobejamente tais atitudes, é outra e prendesse com o facto da justiça não só ser morosa como ineficaz. Senão alguém me diga: Quem são os verdadeiros culpados? Onde é que estão agora esses culpados? E como foi possível que alguns culpados nem à barra do tribunal chegassem? Todas estas perguntas sem resposta é que deveriam causar mágoa e não a imagem de uma Instituição que sempre foi o que se sabe e que só está interessada na sua aparência exterior. A Dona Maria Fangueiro pode dizer o que quiser mas os abusos vão continuar a existir! Infelizmente, para quem os sofre e para quem os sofreu e que depois de tanta exposição viu goradas todas as expectativas de ser feita a verdadeira justiça. Na verdade, sejamos francos: o Processo “Casa Pia” foi uma fantochada em que mais uma vez a verdade dos factos foi esquecida perante interesses mais altos. Nos dias de hoje os valores morais e civilizacionais são muitas vezes atropelados por valores pecuniários, entre outros que nada têm de ético, e isso é encarado como normal, banal e aceitável. Pois para mim é assim: a Casa pia não deveria ter ficado apenas magoada mas ferida de morte! Só com o fim dessa instituição prevaricadora acabaria o sofrimento daqueles que dela têm de fazer parte. Caso contrário, os abusos continuarão até que algum dia alguém se lembre de desencadear uma nova e interminável batalha contra a vergonha que todos vêem mas de que poucos ousam falar.

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Lígia Laginha às 09:55

Os inacessíveis manuais escolares

Quinta-feira, 18.08.11

A APEL, desdobradamente Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, fez ontem saber que no próximo ano lectivo, que em breve terá inicio, os livros para o Ensino Básico irão aumentar 1,13 por cento. O que, segundo a mesma APEL, não é grave pois, pasme-se, este aumento é abaixo da inflação. Perante esta singular notícia eu pergunto então: E aquelas crianças cujos pais recebem o mísero ordenado mínimo? Será que para elas os manuais escolares não se tornam bens inacessíveis? É porque o dinheiro não estica e, desculpem lá a expressão, quem se lixam são os estudantes que cada vez mais se vêem afastados da escola e da educação a que todos deveriam ter direito. A APEL anunciou ainda que muitos dos manuais serão já escritos segundo o novo Acordo Ortográfico, acordo esse que nunca teve em conta a opinião do povo tuga, maioritariamente contra a essa fantochada de alterar uma língua e uma gramática que foi levada aos outros e não copiada dos mesmos. Enfim, numa altura em que a Pátria é vendida ao eixo franco-alemão (eixo = expressão que não se usava desde o último conflito mundial) não é de estranhar que abdiquemos igualmente da língua e da educação. Enquanto isso, a des(educação) aumenta e o abandono escolar também. Saliente-se, no entanto, que esse abandono nem sempre é fácil de quantificar na medida em que muitos vão para a escola mas não com o intuito de aprender. Vão porque simplesmente não têm mais para onde ir, vão porque a escola hoje é um sitio em que se perpetram crimes e na maior parte das vezes se fica impune, vão para fazer a vida negra aos professores que estão já desmotivados por um modelo de avaliação que torna a sua actividade ridícula. Estes são os verdadeiros problemas da educação em Portugal e o aumento do preço dos manuais escolares, abaixo ou acima da inflação, não ajuda em NADA!

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Lígia Laginha às 09:24





mais sobre mim

foto do autor


pesquisar

Pesquisar no Blog  

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

calendário

Setembro 2011

D S T Q Q S S
123
45678910
11121314151617
18192021222324
252627282930




comentários recentes

  • Jaly

    Parabéns!Por um lado fico contente por ter alguém ...

  • Lígia Laginha

    "nunca no Continente tivemos, por muito maus que s...

  • Pedro Neves

    Pode haver aqui falsos moralismos, mas nunca no Co...

  • energia-a-mais

    Bem, concordo que este «Magalhães» não teve grande...

  • LauraBM

    Confesso que me diverti a ler este artigo.Ia inici...

  • Francys Rafael...

    Amor...e uma coisa inesplicavel.Acontece quando a ...

  • Janayna

    Amor e uma coisa maravilhosa.E gostar... e querer....

  • viagra without prescription

    Este é um dos blogs mais incrível Ive lido em um t...

  • kamagra

    Seu blog tem algumas das informações mais fascinan...

  • kamagra

    Seu blog tem algumas das informações mais fascinan...