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A desgraça da docência

Quarta-feira, 24.08.11

 

 

Ser professor já não é aquilo que era! Lembro-me que nos meus tempos de estudante, que não são tão longínquos quanto isso, e refiro-me ao Ensino Básico e Secundário, havia ainda um certo respeito e uma certa reverência pelos professores. É certo, que essa reverência em nada já se comparava com a que existia no tempo dos meus pais, no entanto, muito embora alguns actuassem de forma leviana, na generalidade ainda estava bem presente nas nossas cabeças que o professor era a autoridade. Outrora, a vida de professor revelava já ser algo um tanto ou quanto instável, isto é, a colocação podia ser em cus de judas ou até não existir e ficar efectivo numa escola nunca foi fácil. Ainda assim, os professores, na sua maioria, sentiam-se preenchidos, satisfeitos com a sua profissão pois formavam os discentes e recebiam dos mesmos veneração. Era esse respeito que lhes dava a sensação de que qualquer sacrifício valia a pena. Nos dias que correm, e perante os últimos noticiários, o desemprego grassa entre a classe docente e aqueles que conseguem leccionar vêem-se a braços com o mais completo desinteresse. Se dantes já não era pêra doce ser professor a não sei quantos quilómetros de casa, hoje o esforço que os professores fazem para ensinar em nada é recompensado. E não é recompensado por vários motivos: a falta de interesse dos alunos, as agressões verbais e físicas de que muitas vezes são alvo, um processo de avaliação que não é justo e ridiculariza a sua acção enquanto docentes, et cetera, et cetera. Por tudo isto caminhamos para aquele abismo em que se tornam todos os contextos em que as pessoas não têm formação académica e muito menos cívica. A verdade é que não se fazem omeletas sem ovos e em Portugal muitos são aqueles que já não querem ensinar mesmo que alguns ainda queiram aprender. 

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publicado por Lígia Laginha às 11:52

Os inacessíveis manuais escolares

Quinta-feira, 18.08.11

A APEL, desdobradamente Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, fez ontem saber que no próximo ano lectivo, que em breve terá inicio, os livros para o Ensino Básico irão aumentar 1,13 por cento. O que, segundo a mesma APEL, não é grave pois, pasme-se, este aumento é abaixo da inflação. Perante esta singular notícia eu pergunto então: E aquelas crianças cujos pais recebem o mísero ordenado mínimo? Será que para elas os manuais escolares não se tornam bens inacessíveis? É porque o dinheiro não estica e, desculpem lá a expressão, quem se lixam são os estudantes que cada vez mais se vêem afastados da escola e da educação a que todos deveriam ter direito. A APEL anunciou ainda que muitos dos manuais serão já escritos segundo o novo Acordo Ortográfico, acordo esse que nunca teve em conta a opinião do povo tuga, maioritariamente contra a essa fantochada de alterar uma língua e uma gramática que foi levada aos outros e não copiada dos mesmos. Enfim, numa altura em que a Pátria é vendida ao eixo franco-alemão (eixo = expressão que não se usava desde o último conflito mundial) não é de estranhar que abdiquemos igualmente da língua e da educação. Enquanto isso, a des(educação) aumenta e o abandono escolar também. Saliente-se, no entanto, que esse abandono nem sempre é fácil de quantificar na medida em que muitos vão para a escola mas não com o intuito de aprender. Vão porque simplesmente não têm mais para onde ir, vão porque a escola hoje é um sitio em que se perpetram crimes e na maior parte das vezes se fica impune, vão para fazer a vida negra aos professores que estão já desmotivados por um modelo de avaliação que torna a sua actividade ridícula. Estes são os verdadeiros problemas da educação em Portugal e o aumento do preço dos manuais escolares, abaixo ou acima da inflação, não ajuda em NADA!

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publicado por Lígia Laginha às 09:24

Avaliar ou não avaliar? Eis a questão...

Sexta-feira, 29.07.11

Hoje será conhecida uma nova proposta de modelo de avaliação de professores. Desde já quero frisar que não me oponho à ideia de avaliar o corpo docente, no entanto, tal como no caso da função pública considero que o modelo de avaliação tem de ser aplicado tendo em conta uma série de aspectos que dizem respeito ao elemento avaliado. Sendo os alunos avaliados, assim como a restante classe laboral, não vejo o porquê dos professores não o poderem ser também. Contudo, é urgente um modelo de avaliação que sendo menos burocrático se centre na qualidade da educação ministrada e na capacidade pedagógica de quem a ministra. Muitas vezes existe uma preocupação maior com a papelada do que com a aptidão ou não para ensinar. Enquanto isso são muitas vezes os discentes que são prejudicados e quando assim é, na minha óptica, à uma falha no tal modelo de avaliação. Quando não existe motivação por parte de quem ensina como pode existir da parte de quem é suposto aprender? São essas falhas que ora espero ver reparadas para que a educação no nosso país deixe de ser um cavalo de batalha e passe a ser algo irrepreensível e um exemplo para os demais. Entretanto prossegue a eterna questão: avaliar ou não avaliar? 

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publicado por Lígia Laginha às 07:30

Escrever, ler e contar

Sexta-feira, 15.07.11

Ontem ficamos a saber que as notas nos exames de matemática e português foram deploráveis. Francamente, não me surpreendeu esta notícia. A verdade, é que as escolas aparecem na T.V. por todos os motivos menos pela sua exemplaridade ou vontade dos alunos em aprender. Ultimamente, parece-me que eles preferem ir para a escola para se agredir ou passar o dia de phones nos ouvidos sem prestar a mínima atenção aos conteúdos programáticos, que diga-se de passagem são extensos, inexequíveis e desinteressantes. Não me parece que as medidas a tomar para melhorar o desempenho dos alunos passem por proibir o uso da calculadora, aliás essa medida só vai aumentar os chumbos. O cerne da questão é esse mesmo: O que fazer para que os alunos se interessem pela escola? Como melhorar a educação em Portugal? Parece-me que a resposta a estas perguntas tem sido sucessivamente adiada, esquecendo-se os governantes, porém, que um país em que a educação não é uma prioridade é um país retrógrado e com a propensão evidente para o declínio. A escola tem um papel não só educativo mas formador e as suas falhas ditam a falta de valores que marca os adolescentes dos dias de hoje. Aqueles que realmente querem aprender, em número cada vez mais diminuído, vêem-se obrigados a sair do país porque por cá são-lhes cortadas as pernas e as asas. Os outros, a maioria que se está a barimbar para a escola, arrastam-se por aí sem saber ler, escrever e contar.

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publicado por Lígia Laginha às 07:38





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